Irene

(1914-1988)

Trabalhadora, determinada e bem-disposta: a nossa avó Irene era uma autêntica mulher da Nazaré.

A família foi sempre a sua principal preocupação, tendo sido incansável na procura de melhores condições de vida para os seus filhos. Trabalhava de dia e de noite para que nada faltasse em casa, em tempos de miséria e fome na Nazaré.

Ainda criança, a avó Irene ficou sem mãe e sem pai. Sua mãe viria a falecer de parto, tendo deixado cinco crianças pequenas ao encargo do pai. A sorte madrasta continuaria a acompanhá-los e, poucos anos depois da morte da mãe, o pai da avó Irene também partiria deste mundo.

A avó Irene fez-se mulher. Conhece o Joaquim da Praia – que era do Sítio da Nazaré - namoram, casam e têm dois filhos. Primeiro nasce a Lourdes em 1940, depois nasce o Quico em 1942.

Como outras verdadeiras mulheres da Nazaré, a avó Irene fez de tudo um pouco na vida, para dar uma vida melhor aos seus filhos – e mais tarde, aos netos. Vendeu peixe e legumes no mercado e pelas redondezas da Nazaré, trabalhou numa fábrica de conservas, foi lavadeira no rio de Longe e rio de Nasce Água, criou porcos e galinhas e cultivou uma pequena horta para alimentar a família, alugou quartos da sua casa aos turistas. Já perto dos seus 70 anos de idade, a avô Irene chegou até a dar apoio na construção da casa e do supermercado do seu filho Quico.

Ao longo da vida, a avó Irene foi de uma força e determinação extraordinárias. Mas foi sempre sorridente, sempre doce, sempre pronta a ajudar os outros, mesmo nas circunstâncias mais difíceis – e foram tantas ao longo da sua vida.
As nossas saudades são infinitas: bem-hajas avó Irene!